O texto base da Campanha da Fraternidade 2022 está organizado segundo capítulo método Ver- Julgar- Agir. A parte do ver está denominada de escutar. Estamos numa época em que o ver parece não nos sensibilizar mais, ou pelo menos não nos coloca tão comprometido com a realidade. São muitas coisas postada nas redes sociais e de forma muito rápida. Por outro lado, parece que nós não queremos ver as coisas como elas se manifestam a nós porque estamos perdendo a esperança de que elas possam mudar. A Igreja no Brasil nos propõe ver a realidade por meio de uma escuta atenta. O Escutar não é um mero ouvir. Quem escuta guarda no coração aquilo que ouviu. Por isso não podemos perder a sensibilidade da escuta. Escutar é tornar-se obediente. Não uma obediência cega e polarizada. Escutar é colocar-se aos pés do mestre que “fala com sabedoria e ensina com amor”. Hoje gostaria de lembrar um aspecto da Educação: as novas tecnologias. A educação é um projeto de formação humana que se estende ao longo da vida. Somos eternos aprendizes. O verbo aprender quer dizer “não se deixar prender”, ou seja, somos convocados a estarmos sempre atentos para não nos aprisionarmos ou nos deixarmos aprisionar. As novas tecnologias são instrumentos , equipamentos construídos pelos homens para facilitar o mundo do trabalho, as relações humanas e também para entretenimento. As tecnologias foram criadas pelos seres humanos. Elas não são humanas. Elas nos ajudam nas tarefas humanas. Elas nos auxiliam muito, mas não podem ser tudo. No projeto de educação da fé, as novas tecnologias permitem que o catequizando e catequista possam ter acessos as informações sobre questões bíblicas, teológicas, litúrgicas, pastorais, entre outras. Mas, é na relação entre catequista e catequizando que ocorre o aprendizado na fé. Trata-se de um momento em que a sensibilidade da escuta dialoga com a força do entendimento. Está relação entre sensibilidade e entendimento gera novos saberes. As tecnologias podem despertar os sujeitos do projeto de educação na fé para novas maneiras de ver, sentir, pensar e viver a fé. As tecnologias são ferramentas e não o conhecimento ou o saber. Se você comprar um computador e não usar, por exemplo, ele não lhe dará nenhum texto pronto. São os seres humanos que devem colocar as tecnologias a serviço do bem. As tecnologias não podem substituir o humano. Elas são do plano da utilidade e não dá essencialidade. Essencial é o amor, a verdade, a fraternidade, a misericórdia, etc. Assim, somos convocados a utilizarmos as tecnologias a serviço da vida, da fé. (Dr. Pe. Jairo Barbosa)
