UMA ÓTIMA REFLEXÃO – Pe. Walteir Gonçalves

Ouvindo Roupa Nova, “Noites Traiçoeiras”. Já faz um ano que estamos servindo esta Paróquia São José Operário e nossa Comunidade Redentorista se alegra em trabalhar aqui.
Como pároco, rezo todos os dias e peço as bênçãos de Deus para anunciar o Evangelho para todos que possuem fé no Deus da misericórdia. Faço memória de um dia de domingo, na missa das 10h, no ofertório, uma criança trouxe o pão. Quando foi me entregar o pão ela me disse: “Padre, o senhor, pega primeiro o que é mais sagrado e depois pega o restante!” Fiquei encantado com o ensinamento daquela criança me mostrando no que devo dar atenção e o que é importante. Eu preocupado com a economia da paroquia, sofrendo com a situação financeira, ai, vem uma criança e me diz que, primeiro devemos nos preocupar com o sagrado, depois com o restante.
No último domingo na missa das 19h30, a última de 5 celebrações do dia, no momento do ofertório, vejo uma senhora (Penso que o nome é Divina, não tenho certeza) bem humilde e pobre na frente do altar. Eu terminando o ritual do ofertório, olho para ela e ela me estende a mão com uma moeda e disse que era para ajudar a Igreja. Lembrei da “Oferta da Viúva” dos Evangelhos (Lc. 21, 1-4; Mc. 12, 41-44). Eu fiquei sem palavras e sem ação. Peguei a moeda da mão dela, agradeci, perguntei o nome e, atrapalhado e confuso, coloquei no bolso. Eu não queria colocar no bolso, pois não era para mim, mas não dava para ir colocar no cofre naquele momento. Com a correria e preocupações ficamos cegos e esquecidos. Esqueci-me da moeda.
Hoje, no almoço, a moeda reaparece diante de mim. Fiz memória daquele gesto. Coloquei numa caixinha transparente e esta na minha mesa; olho aquela moeda e penso no significado do gesto daquela senhora. Deve ser Deus dizendo para não me matar de preocupação e acreditar mais.
Hoje me chega um senhor, também muito simples e humilde e pede para falar comigo. Eu o recebo e ele me diz: “Padre, eu queria devolver o meu dízimo, pois moro na roça e raramente venho na cidade. Eu coloquei lá na Igreja…” Fui com ele no sacrário e lá estava. Vi alegria no rosto sofrido daquele senhor pelo gesto que fez. Deus ama esse povo que é melhor do que eu… (Pe. Walteir)

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